Dia 10/12 Acabado os meus 3 dias de templos, resolvi fazer o passeio da floating village que significa vilarejo flutuante.
Se você está visitando templos de Angkor no Camboja, uma dica imperdível é Kompog Phluk (ou Kampong Phluk). Lá você encontrará uma mudança de cenário e vai adentrar o lago Tonle Sap onde no meio dele existe um vilarejo onde moram centenas de famílias em casas construídas sobre palafitas.
O passeio por Kompong Pluk foi um dos mais incríveis dessa viagem pelo Sudeste Asiático. Eu sei que no Brasil existem esses vilarejos erguidos sobre as águas, mas nunca tinha visitado um.
A sede do vilarejo, a escola, o posto de saúde, tudo está sobre as águas na maior parte do ano, erguidos em assimétricas estruturas de madeira.
O passeio dura cerca de 5 horas, tem o horário da manhã, mas escolhi ir a tarde para ver o por-do-sol.
Saindo de Siem Reap, passando por regiões periféricas bem pobres. A falta de saneamento básico, problema do lixo espalhado por todo o caminho, vi pessoas simples, trabalhadores da roça, pescadores e crianças na beira dos rios.
Depois de cerca de 40min de ônibus cheguei no vilarejo Roulus, peguei o barco maior (sem saber que depois pegaria o menor para adentrar nas vilas mesmo).
Como a comunicação é bem difícil, tive que tirar minhas próprias conclusões para entender melhor o funcionamento do vilarejo.
A população local vive da pesca, de doações, em algumas casinhas vi porcos, galinhas.
O lago é a fonte de água deles e é onde eles fazem todoooo o serviço de casa, lavar roupa, louça, tomar banho e etc.
Algumas horas na vila vai te oferecer uma boa visão sobre o modo de vida dessas pessoas que vivem do fluxo do lago.
Chegando no vilarejo, você deixa o barco maior pra dar uma volta em meio as “ruas” paralelas com um pequeno barco local. Custa U$ 5 por pessoa, e em cada barco vão 2 pessoas.
Crianças brincando onde compra os tickets.
Diga-se de passagem que todas eram mulheres, muitas acompanhadas de suas filhas. A minha guia era uma senhora linda. A comunicação é bem complicada, nadaa de inglês, ela não parava de falar na língua dela mas nós no comunicamos muito bem com os olhos. Ela se distanciou dos outros barcos foi até um cantinho e pegou flores para mim.
Assim que cheguei eu chorei e pensei como que alguém consegue viver nessa pobreza, sem saneamento básico, energia elétrica, uma caminha quentinha, uma televisãozinha, que não dependa da mudança da estação.
No período chuvoso o nível da água sobe tanto que tudo flutua, o transporte são barcos e eles vivem rodeados pelo lago, no período seco eles podem andar no chão.
Fiquei refletindo e senti vergonha de muitas vezes reclamar por coisas tão pequenas.
Me dei conta que as pessoas são felizes por aqui, mesmo com “tão pouco”.
Depois do passeio “dentro do rio” voltei para o barco um pouco mais feliz de ter ajudado com pouco mas com todo amor do mundo. O barco maior navega para o meio do lago que ficou parecendo mar onde pude contemplar o final da tarde.
A vida é realmente maravilhosa e cada dia é uma lição.
Temos que Agradecer mais e reclamar menos.