Um pouco de história…

Era uma vez uma comunidade indígena que tinha uma marca registrada: construía monumentos gigantes com conchas, os sambaquis (muitas dessas “montanhas” de cascas de moluscos serviam de cemitério para os antigos sambaquieiros). Mais de 8 séculos atrás, foram eles os primeiros povos do Bonete, que só se chamou Bonete mais tarde .

Com um monte de peixe dando sopa no mar, bastante animal pra caçar, matéria-prima e água doce de sobra, não precisa nem dizer que muita gente queria morar lá, né? Foi aí que um outro grupo de índios, que eram horticultores e ceramistas, foi chegando e dominando o pedaço.

Mas como a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, lá pelo século XVII foi a vez dos colonizadores chegarem pra ficar. E a sesmaria dessa praia foi doada sabe pra qual família? A Bonete – de onde vem o nome da praia, né?!

Ps: SESMARIAS eram os lotes que os rei de Portugal davam aos primeiros colonizadores para o cultivo de terras virgens.) Na Praia do Bonete havia plantação de cana, engenho de açúcar e muito trabalho escravo.

A fé dos caiçaras

 A religião católica trazida com eles ainda se mantém viva. Uma das mais tradicionais celebrações religiosas de lá é a Festa de Santa Verônica, considerada a padroeira do Bonete. O dia dedicado a ela é 9 de julho, quando é realizada uma grande festa, com direito a fogos de artifício e missa com ladainha em latim.

Bonete hoje

Do passado, além da tradição religiosa, os caiçaras do Bonete também guardam a coragem dos povos antigos, dominando o mar bravo, a pesca, a lavoura e a produção de farinha de mandioca.

Hoje em dia, os caiçaras receberam energia solar, um luxo para quem tinha que salgar a carne pra não estragar por falta de refrigeração. Primeira vez que fui em 2003 pude observar essa cena.

É assim que a comunidade de uns 250 moradores vive hoje. E recebe os visitantes de braços abertos. Sim, lá tem camping, pousadas, hostel e varios restaurantes pra atender os turistas.

E a simplicidade é o atrativo. Um lugar estilo roots, pra você realmente se desconectar de tudo (mesmo tendo wifi).

 E a praia, então? Uma faixa de 600m de areia com o rio Nema desaguando no canto, cheio de canoas coloridas tradicionais de lá.

             No canto direito, altas ondas perfeitas com a água azulzinha.

PRA CHEGAR NO BONETE

É claro que pra chegar até lá tem (muito) chão. Você não acha que se Bonete estivesse dando sopa aí seria um paraíso tão preservado, né? Mas o caminho recompensa tanto quanto o destino. São 15km de uma trilha que começa na Ponta do Sepituba (dá pra deixar o carro nos estacionamentos ali) e passa por cachoeiras transparentes (como a da Laje e do Areado), bem no meio da Mata Atlântica.

*A caminhada é puxada, leva de 3 a 6 horas (isso contando as paradas pra se refrescar).

*Por mar (aí são só uns 40 minutos e tem um monte de agência que oferece o passeio de barco), boneteiros que fazem o percurso de chatinha ou canoa mesmo.

Mas vou deixar o contato do taxi- bonete e o telefone do menino que nos trouxe de volta pois achei bem mais barato que outros lugares, os preços variam de acordo com a temporada também. Pagamos R$ 60 por pessoa, no verão chega a custar R$ 160 por pessoa só ida ou só volta.

  • Joanir (12)98277-4808

  • Taxi-Bonete (12)99211-6346 www.taxibonete.com.br ou contato@taxibonete.com.br

O ideal é dormir no Bonete e jantar à luz de vela sob o brilho das estrelas.  Se você estiver muita disposição, dá pra encarar a trilha de volta também.

Outra dica super boa: REPELENTE e leve meias altas, meios rs, os borrachudos, o mosquitos, os pernilongos, os polvorosa e toda a primada moram por lá haha.

Claro que ao longo dos séculos, Bonete mudou. Mas a “cara” de uma das 10 praias mais bonitas do Brasil no ranking do jornal britânico “The Guardian” ainda é de cair o queixo.

 

 

 

 

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