Você pode chamar esse país de Camboja, Cambodja (as duas formas usadas em português), Cambodia (inglês – nome mais usado internacionalmente), de Camboya (espanhol), ou de qualquer outro jeito. Mas o que é certo mesmo é que esse lugar é de arrepiar.

 

Templo TaPrhom (Lembram do Filme Tomb Raider).

Templo Bayon – Angkor Thom

O CAMBOJA

O Reino do Camboja é um país do Sudeste Asiático, que faz fronteira com Tailândia, Laos e Vietnã. É parte da região que antes era chamada de “Indochina“, colônia francesa, que também incluía os países Vietnã e Laos. O nome se deve à localização do território, entre Índia e China.

Apesar de Siem Reap ser a cidade mais popular entre os turistas, a capital do país é Phnon Penh.

Localização do Camboja no mapa.

O idioma oficial é o Khmer. Aparentemente, para nós, leigos, o khmer é bem parecido com o tailandês. Mas basta um dia no país para ver que são bem diferentes, tanto na fala como na escrita. Encontrei mais pessoas falando inglês super bem no Camboja do que na Tailândia, o francês também é bastante falado.

Uma das coisas mais interessantes a respeito do Camboja é a sua HISTÓRIA.

Normalmente, após um determinado período de guerra vem sempre um período de relativa tranquilidade e a reconstrução de uma nação. Mas não no Camboja.

O motivo disto está no fato de que a história mais recente do Camboja foi uma sucessão de desgraças, a começar pela Guerra do Vietnã. Ok, a guerra foi no país vizinho, mas assim como o Laos, o Camboja também foi duramente afetado pelo conflito armado no Vietnã. Mas por que eles entraram na Guerra do Vietnã?

Bem, a certa altura do conflito no país vizinho o governante do Camboja à época achou que os EUA estariam conspirando contra si e resolveu alinhar-se aos vietcongues (vietnamitas do norte e alinhados à antiga URSS). A partir dai ele passou a permitir que os vizinhos utilizassem o território do Camboja como base para ataques dos vietcongues contra as posições dos EUA no Vietnã.

Estava aceso o estopim. E durante 4 anos (1969/1973) seguidos os EUA bombardearam o território do Camboja – dizem que lá foram jogadas mais bombas do que em toda a Segunda Guerra Mundial por ambos os lados. E mesmo passados tantos antos, assim como nos outros países da região, eles ainda sofrem com minas e bombas perdidas na selva e que podem explodir a qualquer momento.

Mas como tudo o que está ruim ainda pode piorar…

Fim da  Guerra do Vietnã, instalou-se sangrenta guerra civil que resultou no regime do Khmer Vermelho. Vigente entre 1975 e 1979 foi um dos regimes ditatoriais mais sanguinários que já se teve conhecimento na história mundial. As práticas do regime mataram centenas de milhares de cambojanos, levando a população à uma miséria ímpar. Só para você ter uma ideia, estima-se que algo entre 1 e 3 milhões de pessoas tenham sido mortas neste período, sendo a maioria por conta das execuções em massa.

O objetivo do regime comunista do Khmer Vermelho era transformar o Camboja em uma cooperativa agrícola na qual as pessoas eram obrigadas a trabalhar de 12 a 15 horas por dia como escravos. O que ganhavam em troca? Duas tigelas de arroz por dia.

Meio que em uma versão do século XX da inquisição, o governo resolveu fechar todas as escolas e queimar todos os livros que fossem encontrados. Há relatos inclusive de assassinatos de pessoas que usavam óculos pelo simples fato de que pareciam mais inteligente. A ideia do governo era abolir toda e qualquer manifestação cultural ou tentativa de educar o povo.

A circulação de moeda foi abolida e as fronteiras fechadas. O nome do líder do regime, Pol Pot (depois, condenado à morte por seus atos) é até hoje sinônimo de horror e boa parte dos cambojanos só acreditaram na sua morte em 1998 depois de ver o corpo. Quem quiser saber um pouco mais confira este vídeo.

Ainda hoje o assunto é meio que um tabu no Camboja e muitas pessoas nem gostam de conversar sobre isso, pois ainda que de forma velada, há uma considerável influência do antigo regime na política atual. Aos olhos da mídia internacional, os responsáveis pelo regime estão sendo julgados pelos crimes de genocídio que praticaram, mas existem denúncias de que os julgamentos não são lá muito imparciais. Se quiser aprender um pouco mais, viste este site que traz muita informação a respeito.

Mas e o período BOM? Bem esta é evidentemente a parte positiva e que os cambojanos querem cada vez mais mostrar ao mundo. Afinal são os resquícios dela que trazem tantos turistas ao país. Estou falando do período Império Khmer (não confundir com o Rouge/Vermelho que falamos acima, hein!) que dominou toda a região entre os séculos IX e XV, deixando ao mundo a incrível Angkor.

Andando pelas ruas das cidades vocês notarão que muitas construções têm um ar francês. O motivo disso é que entre mais ou menos 1860 e o final da Segunda Guerra Mundial o Camboja esteve sob o domínio da França até 1953.

Com pouco mais de 15 milhões de habitantes, a população do Camboja é bastante receptiva aos turistas. Sempre sorridentes e com uma simpatia genuína, este povo que tanto sofreu com a Guerra do Vietnã e depois com o violento Khmer vermelho recebe os turistas como em poucos lugares costumamos ver.

A maioria da população segue a religião budista, mas é um budismo diferente daquele que é praticado no Japão, por exemplo. No Camboja, o budismo chegou juntamente com o hinduísmo e foi fortemente influenciado por este, gerando o que lá eles chamam de Theravada Buddhism. Isto explicará algumas das figuras de divindades como por exemplo Shiva que vocês encontrarão em muitos templos.

A crença é baseada na prática do bem com vistas a ter um bom karma e atingir mais rapidamente o último estágio da reencarnação. Ah e eles não enterram seus mortos. São todos cremados e as cinzas guardadas nas estupas existentes nos templos.

Da mesma forma que vimos no Laos, é comum e até mesmo esperado que em certa etapa da vida os homens (normalmente antes dos 20 anos) passem um período vivendo como monges; o que explica a grande quantidade de monges com aquelas típicas vestes laranjas que vocês verão pelas ruas.

 

 

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